De acordo com a Organização Mundial da Saúde, "a sexualidade humana forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. A sexualidade não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. Sexualidade é muito mais do que isso. É energia que motiva encontrar o amor, contato e intimidade, e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e integrações, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deve ser considerada como direito humano básico. A saúde sexual é a integração dos aspectos sociais, somáticos, intelectuais e emocionais de maneira tal que influenciem positivamente a personalidade, a capacidade de comunicação com outras pessoas e o amor".

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Não à obrigatoriedade de orgasmos!!!

"A mulher é treinada a mais tenra idade a ser uma parceira reativa em vez de pró-ativa no que diz respeito ao sexo. Uma das consequências do movimento feminista foi que as mulheres começaram a prestar atenção à advertência com relação ao que Collete Dowling chamava de o Complexo de Cinderela - a solução Se ao menos eu tivesse um homem" para todos os problemas. As mulheres não têm mais a expectativa de que o homem as sustente, nem tampouco adiam a criação de uma vida - fazer sua casa, mesmo constituir uma família - até que o homem perfeito apareça. Entretanto, quando o que está em questão é sexo, muitas ainda esperam pelo Príncipe Encantado, acreditando que o príncipe certo as despertará, com um beijo, de anos de sexo emudecido que as embalou levando-as a um profundo adormencimento sexual."
DOUGLASS, Márcia. DOUGLASS, Lisa. Eu também quero. O guia sexual da mulher inteligente. Objetiva: Rio de Janeiro, 1998.
É sabido que a partcipação social e sexual feminina em nossa sociedade vem se modificando ha algumas décadas. Como citado no trexo acima, as mulheres não buscam que as sustentem, mas ainda esperam que um homem as conduza e se responsabilize pelo prazer na relação sexual. Mulheres e homens vêem o orgasmo feminino não apenas como uma responsabilidade do homem, mas também como uma medida do seu desempenho sexual. A preocupação da ereção e sua manutenção não é garantia de prazer sexual feminino, mas curiosamente ainda é avaliado por ambos como medida de prazer.
A mulher assume o papel de sudutora na relação, mas ainda espera que o homem, captando sua intenção, então haja a partir daí. A iniciativa da mulher costuma ser indireta, como usando roupas e lingerie sexy, seduzindo com as "armas" que julga ser mais sutis, não diretivas. Depois que este cenário é preparado, ela espera que o homem dê continuidade ao jogo erótico até à condução do sexo. Essa corrida para o orgasmo na atualidade faz com que as pessoas se preocupem apenas em atingí-lo - TEM QUE ATINGÍ-LO - para que se sintam eficientes na cama. Mas heis o grande contra-tempo: quanto mais me preocupo em ter orgasmos, maior meu nível de ansiedade de desempenho, e assim, a possibilidade de sentir prazer diminui, pois se o que era pra ser leve, espontâneo e gostoso passa a ser uma obrigação. Essa é uma das queixas constantes que escuto em minha prática clínica por parte das mulheres. Muitas se desinteressam pelo sexo porque absorvem da sociedade que se a relação sexual não culminar em orgasmos a realção não é tida como completa. Essas mulheres acabam se sentindo inadequadas sexualmente porque o dever ter orgasmos as obriga a traçar uma briga constante com elas mesmos - e até com seus parceiros - para que todo ato sexual seja orgásmico.
Já sofermos tantas cobranças na atualidade sobre nossos papéis sociais e sexuais, que encarar o sexo como fonte obrigatória de orgasmos em toda relação é extremamente penoso. Sexo é uma troca de sensçações, de carícias, de contato. Quando passarmos a retirar o peso do dever do orgasmo possivelmente ele aparecerá com mais assiduidade!

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