De acordo com a Organização Mundial da Saúde, "a sexualidade humana forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. A sexualidade não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. Sexualidade é muito mais do que isso. É energia que motiva encontrar o amor, contato e intimidade, e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e integrações, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deve ser considerada como direito humano básico. A saúde sexual é a integração dos aspectos sociais, somáticos, intelectuais e emocionais de maneira tal que influenciem positivamente a personalidade, a capacidade de comunicação com outras pessoas e o amor".

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Homossexualidade - Identificando mitos.


Hoje decidi escrever sobre esse tema devido às recentes buscas de orientações que têm chegado a mim acerca da homossexualidade. Primeiramente vamos destacar que homossexualidade não é uma questão basicamente de escolha. Seria deveras doloroso escolher ser homossexual e ter de passar por todo preconceito e exclusão que nossa sociedade impõe, simplesmente por querer ser homossexual. Isso foge da nossa escolha. Também não me interessa agora, e acredito que é de pouca valia para vocês leitores, entrar no maçante questionamente sobre como a homossexualidade acontece, "qual é o causador". É valido ressaltar que os manuais de transtornos mentais excluíram a homossexualidade, em suas atualizações, como um distúrbio psiquiátrico. Não é doença. Vamos propagar essa informação!

Pais desesperados, e filhos desorientados, ainda procuram os consultórios de psicólogos, sexólogos, com a fantasia que estes profissionais podem "reverter" o caso. Ou seja, ainda encaram a identidade homossexual como algo a ser extirpado. Não cabe a qualquer profissional entrar nessa alienada fantasia de cura. Nós psicólogos acolhemos o sofrimento psíquico do indivíduo e montamos uma parceria de trabalho baseado em reflexão e auxílio na estruturação do eu. Se o processo de descoberta da homossexualidade é conflituoso, o que geralmente acontece, a procura por acompanhamento psicológico tem a ajudar. Mas se há uma perspectiva de "cura", primariamente é necessário saber que nenhum profissional terá como atuar nesse sentido.

O estigma do homossexual como promíscuo, invasivo, desrespeitoso, incoveniente, reforça a imagem negativa da homossexualidade como uma inadequação psicossocial. O que precisamos nos preocupar urgentemente é com o preconceito, que destrói vidas e famílias. Precisamos urgentemente aprender a lidar com o diferente, respeitar as diferenças individuais, identificando as fronteiras individuais do outro, aprendendo a abandonar o voyerismo da curiosidade da vida alheia como ocupação central de nossas cabeças.

Sejamos livres e deixemos livres cada inidivíduo a viver sua sexualidade como quiser, como puder. Depois do recurso da negação da homossexualidade, seja como mecanismo defensivo dos pais, como dos filhos homossexuais, devemos procurar compreender o que de fato mudará em suas vidas, assumindo a condição homossexual, no que tange a sua subjetividade. Caráter, responsabilidade, respeito, compromisso com o mundo, com o social, nada disso muda...

Será que alguma coisa muda?

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